Entre los libros que formaban las bibliotecas de reyes y principes portugueses durante los siglos XV y XVI ocupan un lugar especial los libros de caballerias castellanos y portugueses, y “onde encontramos obras como o celebrado Amadis de Gaula, mas tambem as suas continuacoes, como as Sergas de Esplandiam e o Florisando, o que nao deixa de ser, a primeira vista –mas talvez so a primeira vista–, um pouco insolito. Num tempo que nao comportava ja o ascendente da cavalaria na ordem social, a literatura recuperava nostalgicamente a voga da aventura e o protagonismo do cavaleiro (Godinho). A presenca destes livros na biblioteca regia reflecte a extraordinaria popularidade que a literatura novelesca, em particular apos a publicacao do Amadis de Gaula em 1508, teve tambem em Portugal no seculo XVI, nomeadamente como literatura de corte, onde era um genero indiscutivelmente apreciado e cultivado (Isabel Almeida). Sabe-se que o jovem principe D. Joao, futuro D. Joao III, acompanhou com entusiasmo a evolucao do manuscrito da Cronica do Imperador Clarimundo, obra de estreia do entao seu moco de guarda-roupa Joao de Barros, longo e denso romance de cavalaria que fantasia e exalta as origens da casa real portuguesa, oferecida a D. Manuel em 1520 e publicada dois anos mais tarde. A Cronica do Imperador Clarimundo, na qual o autor habilmente conjuga “fingimento” e historia agradou de tal forma a D. Manuel, que o monarca tera manifestado o desejo de que fosse Joao de Barros a encarregar-se da escrita destas “cousas das partes do Oriente,” ja que ate entao, apesar de pretender celebrar os feitos portugueses, “nunca achara pessoa de que o confiasse” (Barros “Prologo [Baiao]).” (pp. 162-163). Si desea consultar la version electronica de este trabajo, pulse aqui